segunda-feira, 6 de abril de 2009

Mais diploma

A exigência do curso superior específico para o exercício do jornalismo sempre foi uma luta antiga dos jornalistas organizados. Não foi na década de 60 (em meio ao regime militar) que essa luta foi iniciada. Entre 1910 e 1920 já havia um movimento de jornalistas para melhorar as condições de trabalho nas redações e para a criação de um curso superior de jornalismo, a exemplo de outras profissões, como medicina e direito. A partir da criação da primeira faculdade de jornalismo, na Cáper Líbero, em 1947, essa luta ganhou corpo. E culminou com a promulgação da lei em 1968 (sim, durante o regime militar, mas não feita pelos militares, é bom dizer. Em 1979 houve uma atualização da legislação). A nossa lei de regulamentação é vista hoje, em muitos países, como Itália e Portugal, como modelo a ser seguido para a organização da profissão. Por lá, ainda não há regulamentação da profissão, mas há organizações de jornalistas já empenhados na criação de legislação própria. Portanto, a defesa de liberação geral para a profissão é baseada em sofismas, inverdades e falta de informação. Na verdade, a não-exigência do diploma iria contribuir para a volta da precariedade nas condições de trabalho e salariais dos jornalistas, o que seria ruim para os profissionais e para a própria sociedade.

Um comentário:

  1. Seria ruim para o salário dos jornalistas formados concordo com você, entretanto para a qualidade do jornal também? Sim e não. Uma pessoa não precisa ser jornalista para escrever bem, porém quem fez jornalismo conhece a área de um outra perspectiva.
    O que eu quero dizer, ou melhor, perguntar: Todos os jornalistas formados saem preparados para o mercado? Você acredita que todos os seus alunos vão sair preparados com uma noção de politica, economia, religião e literatura? Todos terão uma noção da realidade? Isso não depende mais da vontade e busca continua do saber individual que irá se reletir no coletivo? Ou o diploma vai trazer toda essa vontade de conhecimento que irá refletir numa sociedade que recebe informações de uma maneira mais concisa?

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