quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Burke e o jornalismo

Estamos no terceiro momento da imprensa, talvez o mais importante deles. O historiador inglês Peter Burke (O que é história cultural, ed. Zahar), divide em três os momentos da imprensa que conhecemos. No primeiro, a partir de 1800, com a eclosão da Revolução Francesa, e que levou mais gente a ler jornais, com os próprios jornalistas passando a exercer papel importante no acontecimentos da época. O segundo, por volta de 1900, com o surgimento de novos meios de comunicação como o telégrafo e o telefone, trazendo junto a profissionalização do jornalismo e dos jornais. E o terceiro, a partir de 2000, com um conjunto de transformações, incluindo, especialmente, as publicações on line. Surge a globalização do jornalismo, com corporações passando a tomar conta de jornais, televisões e rádios, tudo ao mesmo tempo. O perigo dessa concentração, alerta Burke, são evidentes, mas há outros problemas. Um deles, é de que a mídia contribui para a criação de comunidades imaginadas, como a América Latina, como exemplo, que extrapolam o conceito de nação. Vejo esses como os problemas mais graves do momento atual da mídia: o monopólio, cada vez mais avassalador, que pasteuriza, engessa a informação, e a abertura de fronteiras imaginárias, deixando o foco local perdido na avalanche de informações característica da web. Talvez haja uma reversão disso, principalmente no segundo aspecto. Mas, cá entre meus botões, pode ser que não estejamos aqui para testemunhar essas mudanças....

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